10.8.04

olga - ou prendendo o choro

estou ficando velho. quando caminho, minhas passadas já não abrangem os centímetros de antes. vivo esquecendo as coisas. comento assuntos com meus colegas de trabalho (pós-adolescentes na faixa dos 21) os quais eles desconhecem e nunca ouviram falar. não consigo descer do ônibus descendo a escada em milésimos de segundo. meu ângulo de (...) (CENSURADO PELO EDITOR)(...)o pranto, ah, o pranto é tão fácil. quer escorregar a qualquer momento. se já com anúncio de seguro de vida corro risco de debulhar uns diamantes, imagine meu esforço para me conter diante de um resumo rápido da biografia de olga benário prestes.
olha, não vou fazer resumo do resumo, mas tive que tirar meus óculos para catar um "cisco" quando li a carta que ela escreveu para a filha anita pouco antes de ser mandada para a câmara de gás nazista. chorar - como chorei vendo o cachorro lupa morrendo no fim dos "trapalhões nas minas do rei salomão", numa baia daqui de dentro da nave-mãe da telemar é uma poesia à qual não me atrevo.
uma biografia que faz os outros chorarem é o que ganha quem tem coragem para comprar briga séria na vida. quem sabe um nome de praça? uma rua? um filme?
que essa e outras biografias sirvam de modelo de inspiração no nosso dia-a-dia. nas pequenas coisas já seria um bom começo.



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