7.6.06

meus amigos, os xis men


acabei de reencontrar velhos conhecidos meus. antigamente, eles atendiam pelo nome de professor x, logan, scott, jean, ororo, piotr rasputin, banshee, kurt, kitty, hank...hoje estão badalados e são estrelas de hollywood.
reencontrei-os em x-men 3 - o confronto final, filme que deve dar cabo à série no cinema.
quando os conheci, estava no ginásio (o hodierno nível fundamental) e enlouqueci com as histórias escritas por chris claremont e desenhadas pelo incrível john byrne. naquela época, também descobri o demolidor desenhado por frank miller e esses personagens eram meus heróis favoritos.
peguei os x-men (eu pronunciava xis mein) na melhor época: quando a jean grey, na sua reencarnação fênix negra, morreu. a primeira história que caiu na minha mão trazia justamente o seu funeral. a capa dessa revista (se não me engano se chamava "superaventuras marvel") trazia a reunião da primeira e segunda geração dos xis men ao redor da lápide de jean. no decorrer do funeral, scott summers, o ciclope, que era seu "viúvo", revisitava, em flashbacks, os episódios pessoais e coletivos mais marcantes dos mutantes. esse período de lembranças trazia desde a primeira seleção com garota marvel, ciclope, anjo, fera e homem de gelo, até a última e mais famosa seleção, com tempestade, noturno, colossus, banshee e, é claro, o mais fodão de todos, wolverine. garota marvel e ciclope, remanescentes da primeira geração, atuam com líderes do grupo. bem, se estou esquecendo de alguém me perdoem, pois esses eram os que mais apareciam nas histórias que eu acompanhei.
as lembranças de ciclope, nesse momento de dor e luto, só aguçaram minha curiosidade, me forçando a catar todos os gibis antigos que conseguisse encontrar nos sebos por aí. pude, então, acompanhar a saga do clube do inferno, que culminaria na morte de fênix (jean grey). e tudo aquilo me emocionou muito.
foi uma época muito boa, mas depois que chris claremont e john byrne pularam fora do xis-men eu fui com eles. não sou íntimo de gambit, jubileu e os outros que vieram depois e que apareceram nos desenhos da televisão.
essas adaptações que hollywood faz para os heróis em quadrinhos, deixam os entusiastas sempre com o pé atrás. como não sou radical e tampouco cinéfilo erudito, consegui me divertir com os três filmes que foram produzidos.
o primeiro achei um pouco vago e bobo. explicar a origem de todo mundo em pouco tempo de filme é tarefa dura. mas ver halle berry no papel de tempestade foi covardia. nos traços finos de john byrne, ela era uma verdadeira deusa africana, oriunda do egito. na fita, ela está poderosa e turbinada. o início com o jovem judeu magneto no campo de concentração nazista também valeu a pena.
o segundo é meu favorito. vibrei com aquelas cenas espetaculares de teletransporte do noturno. ainda mais naquela do avião, quando ele vai resgatar em pleno ar, se não me engano, a vampira.
disseram que o terceiro filme tinha mais pancadaria que cérebro, e eu tenho que concordar. mas isso não afetou a qualidade da fita. surge uma porrada de mutantes. vários deles anônimos, como os caras que levam tiro em filme policial e por quem ninguém vai chorar (a não ser nos filmes do austin powers). esse excesso atrapalha um pouco, pois nos quadrinhos, um bom time de cinco ou seis mutantes já fazia um estrago danado.
uma coisa que me ficou mais explícita nesse episódio mais novo foi o fato de que as histórias dos x-men funcionam como uma metáfora de problemas sociais muito atuais, como homofobia e racismo. isso fica muito claro quando tempestade, ao saber que os mutantes foram agraciados com a descoberta de uma "cura" genética, protesta dizendo que não é doente. há manifestações populares contra a "cura", que são o posicionamento "cuspido e escarrado" do movimento gay.
a wikipédia chama a atenção para a semelhança da questão dos mutantes com a luta pelos direitos civis dos negros estadounidenses, na década de 60. o professor x encarnaria uma versão martin luther king, enquanto magneto seria o malcom x. bela analogia.
é por essas inspirações no cotidiano de pessoas normais que a marvel, empresa criada por stan lee e jack kirby, que produz as histórias, sempre fez sucesso.
o homem-aranha, que teve duas ótimas versões para o cinema, é o maior exemplo.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Falae Marco! Eu tb era muito fã dos Xis men, acompanhei essas histórias claremont/byrne comprando muuuit revistinha em sebos ali na praça tiradentes.

Abração!
Renato, o Otaner.

10:05 PM  

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