novo mundo

minhas sinceras desculpas ao ed motta.
o astigmatismo não tratado é um problema.
chegando ao enorme escoadouro da av. presidente vargas, bem central do brasil, avisto ed pendurado num gigantesco outdoorfazendo um gesto obsceno e os seguintes dizeres: "o novo mundo é gay".
pô, pensei na hora: "caralho! essa não!!! se até o ed motta é gay, daqui a pouco até eu vou ter que arrumar um namorado".
as pessoas ao meu lado no coletivo continuavam passivas àquela bombástica revelação. ninguém vai dizer nada??? tá todo mundo acostumado mesmo, né???
chegando mais perto da peça, vejo que não era nada disso. os dizeres são na verdade : " o novo mundo é play". que merda, ed!!!!
você aê ganhando seu dinheirinho com as telefônicas e eu aqui já te difamando pra todo mundo.
minhas sinceras desculpas.

e por que não???

o céu estava vermelho à tarde. descobri uma mensagem de manu chao na minha caixa de e-mails. pedia permissão para fazer uma
versão para um música dos djangos,"jumping in tha slavequarter", que em francês iria ficar mais ou menos como "sauter dans la
maison de les scravs"(?!?!?!). como a versão seria uma menção aos distúrbios na periferia de paris e outras cidades
francesas, manu solicitou que o trecho "a cobra tá fumando e não fui eu que acendi o cigarro" fosse alterado para "a cobra tá
fumando e FUI EU que acendi o cigarro" que ficaria "le serpent fume et il était moi qui a allumé le cigarrete". caraca!!!!
assenti sem hesitação. pô, tá de brincadeira?depois disso não lembro de muita coisa.pela manhã, tive que me contentar com pão dormido.

rat race

pelo segundo dia consecutivo, saí de casa com o zíper da calça aberto. por isso, as crianças da escola municipal riram quando eu passei. apressado nem percebi o porquê. devo ter pensado em mais alguma bobagem que eles viram na tv. no ônibus, a mãe trouxe a filha para junto de si ao me ver subindo no ônibus. somado a isso, a ponta do meu cinto preto soltou do derradeiro passador da calça, ficando pendurada, assim como se fosse um membro necrosado, porém, apontando para cima, me conferindo um aspecto mais ridículo ainda e chamando a atenção da escumalha. quando parei nas escadas da porta traseira do ônibus, senti o cheiro de urina que adornava os degraus. então, olhei para baixo e percebi a comédia toda. desembarcando na babilônia hc, percebi o tamanho da fila de inscrição do concurso para AGENTE EDUCADOR. como dizia dedeh a.k.a. homobono, no seu sucesso "sabão": "a fila era grande e não parava de chegar gente!". sabe-se lá para ganhar quanto mas tinha um monte de gente disposta a ser bedel dos filhos malcriados dos outros. tá rindo de quê?!?!?! caminhando pelas alamedas tranqüilas do meio dia (o quê?!?!?!?!), fujo dos jovens vestidos com roupa colorida e com a postura adestradamente simpática e festiva. querem me dar dinheiro. consigo ler em suas fantasias taií, ibi, fininvest, panamericano, cacique, bmg e o caralho a quatro. jovens, aos quais não foram oferecidas oportunidades decentes de qualificação profissional, acabam por aí, empanturrando as ruas, aliciados pelas financeiras, como agentes ambulantes da agiotagem autorizada. são colegas de nair belo, hebe camargo, cláudia raia, netinho (e aí, manôôô!!!!), como instrumento de convencimento para essa ralé pegar dinheiro e ficar devendo até a porra da alma em prestações "suaves", que, segundo a cartilha da camaradagem, nunca vão acabar. eu acho que bob marley não cantava sobre isso em sua "rat race", do disco "rastaman vibration", e nem os specials, na canção de mesmo nome, mas toda vez que me deparo com desemprego, sub-emprego, emprego, competividades corporativas, livros de auto-ajuda, lembro desse termo: "corrida de ratos". é o que parece.
boa sorte para todo mundo.