me, myself and ivan moreira

engraçado ver as eleições chegando, né?
apesar de notar que aqueles horrendos galhardetes não estão sendo pendurados - pelo menos aqui na minha área, jaca-city concrete jungle, os polititicos estão dando as caras.
eis a minha chance de rever o grande ivan moreira, o homem que casou meu pai e minha mãe (meu pai o reconheceu como o juiz de paz que celebrou o casamento no civil, lá pelos idos de 1998).
vereador vitalício pela grande jacarepaguá e adjacências, currais eleitorais e assistencialistas, ivan apareceu nessa campanha em cartazes com uma tremenda cara de vampiro escroto. de filme de "terrir" bobo, pra piorar.
fiquei pensando se seu personal stylist não reparara nessa estranha configuração fotográfica e no sorriso forçado.
dias depois, andando pela tindiba freeway, descobri que os cartazes ganharam uma nova foto. agora ivan está parecendo um mocinho da novela das seis.
ah, ivan!
que susto que nos deu, hein???
quase que você perdeu nossos votos!
não faça mais isso!

tragédia

o hd foi pro espaço. ignorando os apelos do personal trainner do meu computador, empurrei com a barriga as rápidas sessões de back-up, verdadeira liquidação geral da cibernética em jaca-city.
resultado: quase 30 MB de beldades, projetos de sucessos musicais populares, bibliotecas de brincadeiras no meu fruity loops, escritos, vírus de estimação, tudo no lixo. bem, se estivesse no lixo seria melhor, era só correr atrás do cesto e sujar as mãos com laranja podre.
mas não! não há esperanças para as minhas pobres recordações. foi tudo pro limbo. operação resgate é impossível.
estou de luto.

dia de f-olga

sexta-feira, recebimento de carta de alforria, licença para passear ou para ficar na boréstia. fui ver "olga". pelo que os jornais falaram - é, gente! eu leio o que a isabela boscov, jaime baggio e françois truffaut e outros escribas escrevem a respeito dos filmes - eu esperava não gostar. tenho que dar o braço a torcer. eu recomendo.
eu já tinho escrito aqui que o nó na garganta tinha apertado com a leitura de um resumo da biografia de olga. e apertou de novo no filme.
fotografia bonita.
agora sem maniqueísmo, amigos. abraçar qualquer causa do jeito que prestes, olga ou cidadãos do mundo que se levantaram contra injustiças fizeram não é pra qualquer um.
fiquei pensando: se eu fosse adulto na década de 60, teria aderido a algum tipo de luta?
o que eu estaria fazendo? tropicalismo? rocksteady? samba-canção? arremesso de bolinha de gude?
hummmmmm!
guardadas as devidas proporções, é evidente que o número de pessoas hoje dispostas à defesa de alguma causa, de modo ativo, efetivo, levado às últimas conseqüências, é bem menor que nas décadas passadas.
pode crer, o plano da máquina de anestesiar a massa toda com suas contingências diárias deu certo.
educação abandonada, contas a pagar, o fim do mês, os filhos pra criar e educar (ou não), horas extras no trabalho, metas de produção, shopping centers, o carnaval, o futebol, a bunda... deu certo.
eu não tenho tempo pra guerra santa!
parabéns, andar de cima.

olga - ou prendendo o choro

estou ficando velho. quando caminho, minhas passadas já não abrangem os centímetros de antes. vivo esquecendo as coisas. comento assuntos com meus colegas de trabalho (pós-adolescentes na faixa dos 21) os quais eles desconhecem e nunca ouviram falar. não consigo descer do ônibus descendo a escada em milésimos de segundo. meu ângulo de (...) (CENSURADO PELO EDITOR)(...)o pranto, ah, o pranto é tão fácil. quer escorregar a qualquer momento. se já com anúncio de seguro de vida corro risco de debulhar uns diamantes, imagine meu esforço para me conter diante de um resumo rápido da biografia de olga benário prestes.
olha, não vou fazer resumo do resumo, mas tive que tirar meus óculos para catar um "cisco" quando li a carta que ela escreveu para a filha anita pouco antes de ser mandada para a câmara de gás nazista. chorar - como chorei vendo o cachorro lupa morrendo no fim dos "trapalhões nas minas do rei salomão", numa baia daqui de dentro da nave-mãe da telemar é uma poesia à qual não me atrevo.
uma biografia que faz os outros chorarem é o que ganha quem tem coragem para comprar briga séria na vida. quem sabe um nome de praça? uma rua? um filme?
que essa e outras biografias sirvam de modelo de inspiração no nosso dia-a-dia. nas pequenas coisas já seria um bom começo.

travessia proibida para os anjos

na esquina da avenida chile com a paraguai, canal de escoamento de mão-de-obra do bndes, petrobras e outras corporações, quem vai do largo da carioca para a rua do lavradio dá de cara com um sinal de trânsito para pedestres.
você sabe, né? ,esses sinais têm um bonequinho parado e um bonequinho andando. dia desses reparei que o luminoso apresenta umas linhas ao redor do bonequinho parado, linhas que fazem curvas e que se assemelham com asas. por um instante, tive uma alucinação e o que vi foi um sinal fechado para anjos.
ei, que palhaçada é essa? os anjos não figuras etéreas, que nem esses fantasmas do scoobi-doo que atravessam as paredes? por que eles teriam que parar nos sinais de trânsito agora?
nem sempre eu espero o sinal abrir pra poder atravessar. sempre que a situação proporciona a gente sai em disparada por aí. espero que meu querubim não seja caxias.

mass destruction

musiquinha recém descoberta que não sai da cabeça: "mass destruction", do faithless, do último disco "no roots". pô, que pedrada!
"you could a caucasian or a poor asian/ racism is a weapon of mass destruction/ whether inflation or globalisation/ fear is a weapon of mass destruction"
a propósito, o ensaio dos djangos ontem no aligattor, estúdio poderoso aqui de jacacity, foi um sucesso. saíram todos satisfeitos, apesar de funk fr(u)nk, guitarrista e operador de pedais, estar de ressaca de tanto trabalhar. deu para escutar na pressão as bases pré-gravadas com darbukas, tablas, cuícas, bandolins, cítaras e outros bichos que estamos usando em md.
inclusive,aproveitei para mostrar as bases que vamos usar em "comportamento geral", cover do gonzaguinha que estamos tocando. meus correlegionários parecem ter gostado. já é nosso samba-dub-djangorock. bonito!!!!
outra música que ficou bacana foi "atenção", que fizemos para a campanha da FASE sobre os direitos sociais. mó astral.
na saída encontramos ainda godinho e mike ribera, que entravam pra ensaiar com sua nova banda. êÊ!!!
qual é o nome mesmo?
esqueci.
amiguinhos, bom começo de semana pra todos vocês.
estamos aqui, na escuta, emitindo sons, maquinando algo ou cantarolando um groove inédito.

rodeio de pizzas!

comer em rodízio de pizzas ou massas é suicídio em câmera lenta.
mas é o maior barato.
pena que todo mundo esteja pensando assim também. não no suicídio...
veja dois exemplos de estabelecimentos: a padaria york, no bairro da abolição e o coliseu das massas, na babilônia.
na abolição, como ocorre toda primeira segunda feira do mês, tivemos novamente a reunião dos rockeiros, que acorrem da periferia, da avenida suburbana e adjacências, e da zona sul também. resumindo: geral vai pra lá.
presentes no local, integrantes do mandril, zumbi do mato, djangos, parede vinil, habitantes, cara de porco, nelson e os gonçalves, seres, dedeh aka homobono, entre outros (tomara que eu não esteja esquecendo ninguém!). além do cineasta gustavo caldas, do pessoal do estúdio bpm, do produtor djames "boi verde" rodrigo, do matemático felipe prestes e do iogue cegão.
nesse dia, alguns de nós escutaram comentários de mesas vizinhas: "ali só tem neguinho esquisito". não estavam errados.
o bonde era mesmo sinistro. o que dizer do novo cabelo "wagon surfing" de marcelo pedra? ou do bigode bumerangue de flávio canetti? ou até mesmo da alopécia areata de marco homobono? causamos espécie.
ah, eu estava falando de outra coisa. pô, desculpa.
é! os rodízios já não são mais lugares saudáveis onde se possa comer. se fossem inspecionados pela prefeitura ou pelo ibama (????) ou até mesmo pela associação de zen budismo fluminense, correriam sério risco de serem interditados pelo excesso de barulho.
bicho, é perda auditiva na certa!
e todo dia tem alguém fazendo aniversário e lá vem o parabéns pra você - sucedidos pelo "novíssimo" hit de salão 'ah uhu ô fulano eu vou comer seu bolo!!!!'.
não contentes pais deixam suas crianças subirem nas mesas, enquanto marmanjos gritam impropérios. e os mestres de garçons tentam apaziguar os ânimos. se tivessem spray de pimenta seria mais fácil.
no coliseu das massas, babilônia hc, o que se vêem são garçons alucinados, apostando corrida pra ver quem serve mais fetutine e alho e óleo.
há sempre o aviso afixado nas paredes dos restaurantes avisando que nossa visita à cozinha é franqueada. mas nessa sexta feira, dia 6 de agosto, tive medo.
tive medo de entrar de surpresa e flagrar os garçons se dopando pra mais uma maratona de rodeio (ou seria rodízio?).
a propósito: que tipo de aditivo esses caras aspiram??? queijo ralado da ccpl?
galera, vamos combinar um rodízio, mas não me deixe esquecer protetores auriculares da black n'decker.

vem aí...

em setembro, ele está voltando.
o vendedor de plano de saúdes.
aguarde!

Lorenzo

Ontem, recebi a mensagem de João e Xande Aquino dando notícia do amigo e companheiro Lorenzo Zanetti. Infelizmente, o velho ativista não está mais entre nós. Ele era um dos diretores da FASE, uma organização não-governamental que implementava vários trabalhos sociais em todo o Brasil, como o projeto Na Palma da Mão, em parceria com o Rappa, e a Roda da Solidariedade, na qual João e Xande trabalham.
O cara era gente fina pra cacete. É o mínimo que posso dizer. Não deve revelar nem 10% de sua personalidade e sua generosidade pro mundo.
Na última vez em que estive com Lorenzo, ele disse ter gostado da música que os djangos fizeram para a campanha institucional da FASE sobre os direitos sociais, que já está aí na rua.
Pois é, Lorenzo, vamos continuar precisando das suas influências aí do outro plano.
Fica com Deus.
Um abraço dos irmãos.

alopécia

incrível como as grandes empresas te pagam pra fazer absolutamente nada. já que nossa amiga inspiradora kamille viola mandou uma intimação impondo novas postagens, estamos aí na área.
muitas coisas acontecem, tá certo! o problema é que os neurônios estão ou sobrecarregados ou são preguiçosos por natureza, tão vagabundos quanto o titular que está no comando. será que é estresse? de quê?
ontem a mesma pergunta me veio quando, no consultório da dermatologista, ela lançou o diagnóstico: alopécia areata!
hããããã?
isso mesmo: marco homobono contraiu uma moléstia. a quem ainda não sabe. nem a caras. mas vocês sim.
enquanto vasculhava o meu couro cabeludo, assim como os índios fazem catando piolho - só que com carinho, vivi descobriu uma aldeia onde os cabelos não estão mais com a corda toda, literalmente. simplesmente, estão extintos. seria um protesto contra o rock nacional?
a clareira é pequena, mas como qualquer dor de dente, se crescer preocupa.
a dermatologista promulgou: "isso tem fundo emocional."
"é mesmo? e é grave?"
"não, não é! coisa fácil".
"mas vai parar por aí ou...?"
"olha, acontece de um em um milhão perder todos os cabelos do corpo. é muito raro. alopécia universalis"
"é mesmo??? e eu poderia fazer parte dos x-men??"
"équisse o quê??"
pensei na minha figura sem as sobrancelhas, que nem o david bowie. ridículo!
as axilas carecas. meus olhos ardendo por causa do suor. não gastaria mais dinheiro pra fazer aquela depilação de contorno.
e o cabelo da cabeça? quando eu vejo por aí os amigos ficando carecas, eu falo que é maneiro, bacana ser assim. mas resisto à idéia de ser o kojak do pechincha. logo eu que pensava em ser bono vox.
pô, que sacanagem!