18.5.06

plasma


tremenda sacanagem com a galera encarcerada de são paulo. tá todo mundo reclamando porque vão instalar tvs com tela de plasma, em vários presídios de sp, para que ninguém perca os jogos da copa do mundo (não rola nem novela depois???).
não têm nada a ver essas queixas. todomundo viu na hbo e no sbt a galera de oz vendo televisão na boa. cada interno tinha seu fone de ouvido. o pessoal assistia na moral e ninguém fazia bagunxa. viam até "sex and the city".
pô, que é isso???
paz!!!!

17.5.06

grand citizen scape - sampa's burning


os criadores da série de games para playstation 2 e afins, "grand theft auto", sucesso na uruguaiana, praça da sé, estação da luz e feira de acari, já se preparam para lançar uma nova versão do jogo, ainda para 2006. trata-se de "sampa's burning", que faz alusão explícita aos recentes acontecimentos de violência e insegurança em são paulo, desencadeados por organizações criminosas.
no ambiente de "grand theft auto", assume-se a identidade de um jovem cujo objetivo é devolver a sua gangue o prestígio perdido com o tempo. e para isso, não se poupam transgressões e crimes. para a nova edição os criadores fizeram uma pequena mudança, numa espécie de homenagem à população da cidade. o protagonista é um cidadão comum, incumbido de superar algumas situações como as que foram noticiadas. por isso o título do novo game: "grand citizen scape - sampa's burning".
basicamente, o jogo mostra o dia inteiro de uma pessoa que sai para trabalhar e enfrenta as dificuldades que se sucedem. nada de pixar muros, fornicar ou roubar pessoas.
na primeira fase, o jogador deve sair de casa e fugir de qualquer informação que traga pânico, o que é impossível, reconhece a equipe de criação. a partir daí, as fases vão se complicando e parte-se para fugas de ônibus incendiados por criminosos e, na seqüência, o resgate de pessoas ainda no interior do coletivo. em vários momentos, o jogador deve evitar balas disparadas por bandidos e pela própria polícia. eles surgem repentinamente e a única pista é o som dos pneus cantando.
como nos clássicos, aqui o jogo acaba quando a cidade é salva ou o personagem morre, o que não é muito difícil de acontecer em virtude dos perigos encarados. pode-se sofrer ferimentos leves e graves. estes obrigam uma visita urgente a algum hospital público, onde o caos já é costumeiro, e se enfrenta o desafio de encontrar um modo de ser atendido logo.
o game não disponibiliza armas de fogo, mas além de dinheiro, que se esgota conforme certas tarefas vão sendo cumpridas, o protagonista tem a seu dispor objetos que vão auxiliar na luta, como cartões telefônicos, pés-de-cabra, cascas de banana, pílulas de anti-depressivos e a xerox autenticada de sua carteira de identidade, entre outros.
outra curiosidade é a barra que marca o nível de determinadas virtudes, características físicas ou traços de personalidade, que ajudam ou atrapalham, conforme cada situação. é bom ficar de olho nos níveis de politização, cinismo, colesterol, explosão muscular e grau de parentesco com agentes políticos.
o clímax do jogo acontece em dois momentos marcantes, já fora das ruas, com o personagem estranhamente inserido no âmbito da administração pública. no primeiro, dentro de um presídio, o cidadão ajuda o diretor do instituto penal a desbaratar uma linha de corrupção, ou seja, quem recebe e quem oferece propina. deve-se ter cuidado com eventuais estocadas desferidas por internos amotinados e até traições inesperadas. no segundo, em contato com as autoridades executivas do estado, o objetivo do jogador é convencer o governador a aceitar ajuda federal. nesse momento de "negociação", ficam disponíveis trunfos como editais de licitações fraudulentas e promessas de emendas orçamentárias.
especialistas dizem que a nova edição carrega como "grand theft auto", características de jogos de rpg mixados com os games de ação. assim, vai exigir muito mais paciência e estratégia do jogador.
os criadores planejam para o ano que vem a edição "hot grill - rio de janeiro" (chapa quente, em inglês), que promete lances espetaculares como o desafio de fazer fotografias da ceia furtiva de um certo político. detalhe: esse mesmo político, com enorme estardalhaço na imprensa, submeteu-se a uma greve de fome.

5.5.06

buffet liberado


eu era um executivo, um tecnocrata. havia uma greve e a companhia para qual eu trabalhava estava envolvida nas negociações, como parte fundamental, ou talvez parte única do lado do patronato. confusões, incidentes com feridos ou até mesmo mortes aconteceram em virtude dessa greve.
a situação se agravava, mas logo conseguiu-se marcar uma reunião definitiva, que obteve sucesso e pôs fim a greve. eu fui peça importante nessa negociação. assim que a reunião tivera sido marcada, eu tomara uma imediata providência. chamei meus assessores e ordenei: contratem um buffet.
enredo ingênuo e simplista, os grevistas adentraram no que seria o pátio de alguma fábrica e se refestelaram com a comida. depois foram negociar. aceitaram nossas propostas. sabia-se que, com fome, todo mundo fica agressivo.
enredo ingênuo e simplista, nenhum superior ou par meu usurpara minha idéia. o crédito pelo estratagema do buffet fora todo meu. congratularam-me. aumentaram meu ordenado.


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esse pesadelo me fez lembrar de uma época em que eu participava de uma lista de discussão na internet a respeito da ordem dos músicos do brasil, em que se contestava sobretudo a legitimidade dessa autarquia inútil.
naquela época, havia um restaurante na barra da tijuca (rj), que, simplesmente fornecia, às segundas-feiras, um verdadeiro banquete para os músicos que lá aparecessem e apresentassem a sua carteirinha da omb (falsa ou verdadeira, vencida ou vigorando). o motivo para isso era que, aparentemente, os mesmos músicos que comessem de graça, também se apresentassem, garantindo assim o entretenimento de todos naqueles dias. já que nem todos era músicos. simples, né? e nós, punk rockers, dançadores de pogo, gritadores, pagodeiros e punheteiros entrávamos e nos afogávamos no buffet liberado. só faltava jogar tomate e batata frita uns nos outros. isso era verdade.
como a maioria dos participantes da lista de discussão eram artistas profissionais, politizados, conscientes e engajados, enviei uma mensagem avisando sobre a boca livre. deixei bem claro que todos tinham que portar sua controversa carteirinha da omb. não me iludi, pensando que iriam chover e-mails me perguntando o endereço de tão caridoso estabelecimento. não tardou muito para que os petardos chegassem me chamando de palhaço, ignorante, esfomeado, pelego, procheneta, lorpa, cupincha, etc. até de fofo me chamaram. acho até que se me encontrassem na rua e me reconhecessem fariam que nem essa turma aí de cima, da foto que ilustra o artigo.
galhofas à parte, tanto tempo se passou e a omb está aí, botando banca. muitos músicos sérios, trabalhadores, amadores e profissionais ainda têm a "obrigação" injusta e infundada de pagar suas respectivas anuidades.

2.5.06

"eu nunca fui pobre, eu só não tinha dinheiro"

a frase foi dele,carlinhos brown. eu li numa entrevista que ela dera para a revista playboy há muito tempo, e ficou reverberando na minha mente por muito tempo. ou melhor, reverbera até hoje. mesmo correndo o risco de resvalar na auto-ajuda batida de tantos lair ribeiro da vida e soar piegas, eu a copio aqui.
certa vez, o kassin, o produtor musical, na época na ativa com o acabou la tequila, me contou que esteve na casa dele, em salvador. no meio do dia , o cara já havia feito quatro músicas, cada uma totalmente diferente da outra. vira também carlinhos tocar baixo que nem um maluco.
o brown veio à mente, porque o cara , fazendo uso do seu talento, compôs o jingle da vale do rio doce (aquela ex-estatal vendida a preço de banana - por favor abstrair o detalhe) para a copa do mundo. a música, bahia total, é contagiante. brown manda uns vocais com efeito de delay que nem um dub. eu fiquei até com vontade de fazer um cover dela, com os djangos, como na época em que escutei a timbalada tocando "água mineral", punk pra cacete.

bola pra frente