dança da mãozinha ou rejeição
dia desses, acordei inspirado(!?!?!!?). como no djangos precisávamos de um release mais "acessível" e "compreensível", para que a agência de shows, com a qual trabalhamos agora, conseguisse mais shows pelo brasil afora, escrevi esse aqui, ó:
djangos
combinado suburbano, oriundo do oeste selvagem do rio de janeiro, que traz no seu bojo cores, polaróides do cotidiano, vibrações positivas e grooves do reggae-dub, inquietação do rock, eletrônicas hipnóticas, canto falado do rap e melodias emocionadas (e o que mais agradar ao trio, pois não há regras nem compromissos com nenhum estilo).
não se trata simplesmente de uma banda, mas sim de um projeto de amor e luta que já dura anos. estamos na área (isso ficou brega).
jj aquino: bateria, percussão e mp3 player
lyle diniz: baixo
marco homobono: microfone, guitarra e fruityloops
bibliografia: paralamas do sucesso, cidade de deus, the clash, os trapalhões nas minas do rei salomão, mano negra, pergunte ao pó, police, raggamuffin, jorge ben, guitarras vagabundas, asian dub foundation, futebol-arte, baixo no estômago, sublime, rubem fonseca, subwoofers do dj malrboro, beatles, pedais de delay, darcy ribeiro, softwares crackeados, frank miller, antidepressivos naturais, roberto carlos, samba, felinni, trip hops ensolarado, amplificadores valvulados de mentira, viagens de ônibus, sincretismo, ecumenismo, tolerância, biodiversidade, soulseek, reunião de espíritos amigos (a lista continua...)
aê, xande, nosso rufião, mandou essa:
Legal dedé,
Mas pra show, esse tipo de texto fica difícil...
O pessoal do interior num entende muito isso...
Podemos deixar o que ta e complementar com um paragrafozinho mais
"normal" e falar que tocamos músicas sertanejas (????).
Esse a gente usa pra show nas capitais (Rio, SP, MG,etc), pra shows que
a gente sabe que quem ta recebendo vai entender.
Outro, para o interior, a gente envia com o complemento. O que acha ?
Abs
Alx
músicas sertanejas???
há muito tempo os djangos se meteram na mó roubada. fomos contratados para animar um baile lá em miracema, interior do rio, quase seis horas de viagem. imaginei: vamos arrebentar. imaginei também cenas como o prefeito da cidade nos recebendo e até poder sentar no júri para a escolha da garota miracema.
nada disso aconteceu, é claro. foi mais um bovarismo da minha parte.
terminando de passar o som no clube, ficamos de bobeira e fomos nos divertir na praça vazia. a cidade era pequena. nada para fazer, mas na época o time era grande com flávio corrêia(dkv) e maico lopes, respectivamente, trombone e trumpete, nos acompanhando, além de luciano holyfield, como nosso roadie, e isso garantia um monte de gargalhada.
ao adentrarmos no clube novamente, vimos que a casa estava cheia e as pessoas animadas. mó astral. mas um pequeno detalhe preocupava: a animação tinha como pano de fundo é o tchan!, tchakabum, só pra contrariar, tchaka tchaka na butchaka (que canção eles tocavam mesmo, hein?), as gostosinhas e coisas do gênero.
nos entreolhávamos e dividíamos a esperança de que a próxima música começasse uma sessão com paralamas, cidade negra, leftfield, skank, titãs, os incríveis ou algo mais próximo ou que pudesse "introduzir" o som dos djangos na massa de cambuci e adjacências.
os minutos escorregavam e mais uma vez a galera se animava com a dança da mãozinha. no calor do momento até eu dancei e achei aquilo divertido. e as pessoas ao redor mais ainda porque não é todo dia aparece alguém na cidade com problema de psicomotricidade, já diagnosticado por uma junta de neurologistas e coreógrafos.
é, mas a diversão tinha que acabar porque chegava a hora da grande atração da noite: os djangos.
expectativa geral. por um momento ganhei o poder da telepatia. pude ler o pensamento de pelo menos sete pessoas. uma quase unanimidade, perguntavam-se qual era a nossa dança. só uma pessoa mentalizou rios e cachoeiras, devia estar com vontade de urinar.
o que veio depois foi o maior constrangimento. os discípulos de specials, operation ivy, mano negra e clash não agradaram e provocaram a evacuação do salão e no salão, visto que cagaram pra gente. lembro que um sujeito, sentado numa mesa com a amante e um casal de amigos, fazia gestos amigáveis. momentos antes, ele havia entregado um bilherinho para o garçon. estava escrito: "dança da mãozinha". reclamei com holyfield, nosso roadie, e ele me perguntou "quer que apague o cara?", ou algo parecido, não deu para escutar direito.
é como o galvão bueno diz: "um dia da caça, outro do caçador".
findo show comemos nossas salsichas fritas, que eram parte do cachê.
eu havia perguntado pelo meu quarto de hotel e o mesmo xande apontou a van que nos trouxera.
pegamos a estrada de volta na maior lombra.
djangos
combinado suburbano, oriundo do oeste selvagem do rio de janeiro, que traz no seu bojo cores, polaróides do cotidiano, vibrações positivas e grooves do reggae-dub, inquietação do rock, eletrônicas hipnóticas, canto falado do rap e melodias emocionadas (e o que mais agradar ao trio, pois não há regras nem compromissos com nenhum estilo).
não se trata simplesmente de uma banda, mas sim de um projeto de amor e luta que já dura anos. estamos na área (isso ficou brega).
jj aquino: bateria, percussão e mp3 player
lyle diniz: baixo
marco homobono: microfone, guitarra e fruityloops
bibliografia: paralamas do sucesso, cidade de deus, the clash, os trapalhões nas minas do rei salomão, mano negra, pergunte ao pó, police, raggamuffin, jorge ben, guitarras vagabundas, asian dub foundation, futebol-arte, baixo no estômago, sublime, rubem fonseca, subwoofers do dj malrboro, beatles, pedais de delay, darcy ribeiro, softwares crackeados, frank miller, antidepressivos naturais, roberto carlos, samba, felinni, trip hops ensolarado, amplificadores valvulados de mentira, viagens de ônibus, sincretismo, ecumenismo, tolerância, biodiversidade, soulseek, reunião de espíritos amigos (a lista continua...)
aê, xande, nosso rufião, mandou essa:
Legal dedé,
Mas pra show, esse tipo de texto fica difícil...
O pessoal do interior num entende muito isso...
Podemos deixar o que ta e complementar com um paragrafozinho mais
"normal" e falar que tocamos músicas sertanejas (????).
Esse a gente usa pra show nas capitais (Rio, SP, MG,etc), pra shows que
a gente sabe que quem ta recebendo vai entender.
Outro, para o interior, a gente envia com o complemento. O que acha ?
Abs
Alx
músicas sertanejas???
há muito tempo os djangos se meteram na mó roubada. fomos contratados para animar um baile lá em miracema, interior do rio, quase seis horas de viagem. imaginei: vamos arrebentar. imaginei também cenas como o prefeito da cidade nos recebendo e até poder sentar no júri para a escolha da garota miracema.
nada disso aconteceu, é claro. foi mais um bovarismo da minha parte.
terminando de passar o som no clube, ficamos de bobeira e fomos nos divertir na praça vazia. a cidade era pequena. nada para fazer, mas na época o time era grande com flávio corrêia(dkv) e maico lopes, respectivamente, trombone e trumpete, nos acompanhando, além de luciano holyfield, como nosso roadie, e isso garantia um monte de gargalhada.
ao adentrarmos no clube novamente, vimos que a casa estava cheia e as pessoas animadas. mó astral. mas um pequeno detalhe preocupava: a animação tinha como pano de fundo é o tchan!, tchakabum, só pra contrariar, tchaka tchaka na butchaka (que canção eles tocavam mesmo, hein?), as gostosinhas e coisas do gênero.
nos entreolhávamos e dividíamos a esperança de que a próxima música começasse uma sessão com paralamas, cidade negra, leftfield, skank, titãs, os incríveis ou algo mais próximo ou que pudesse "introduzir" o som dos djangos na massa de cambuci e adjacências.
os minutos escorregavam e mais uma vez a galera se animava com a dança da mãozinha. no calor do momento até eu dancei e achei aquilo divertido. e as pessoas ao redor mais ainda porque não é todo dia aparece alguém na cidade com problema de psicomotricidade, já diagnosticado por uma junta de neurologistas e coreógrafos.
é, mas a diversão tinha que acabar porque chegava a hora da grande atração da noite: os djangos.
expectativa geral. por um momento ganhei o poder da telepatia. pude ler o pensamento de pelo menos sete pessoas. uma quase unanimidade, perguntavam-se qual era a nossa dança. só uma pessoa mentalizou rios e cachoeiras, devia estar com vontade de urinar.
o que veio depois foi o maior constrangimento. os discípulos de specials, operation ivy, mano negra e clash não agradaram e provocaram a evacuação do salão e no salão, visto que cagaram pra gente. lembro que um sujeito, sentado numa mesa com a amante e um casal de amigos, fazia gestos amigáveis. momentos antes, ele havia entregado um bilherinho para o garçon. estava escrito: "dança da mãozinha". reclamei com holyfield, nosso roadie, e ele me perguntou "quer que apague o cara?", ou algo parecido, não deu para escutar direito.
é como o galvão bueno diz: "um dia da caça, outro do caçador".
findo show comemos nossas salsichas fritas, que eram parte do cachê.
eu havia perguntado pelo meu quarto de hotel e o mesmo xande apontou a van que nos trouxera.
pegamos a estrada de volta na maior lombra.