24.4.05

sem acústico

um desencontro com o porteiro do prédio comercial onde funciona a loja de cds outside, do nosso amigo eduardo, impediu que o acústico dos djangos, marcado para ontem, se realizasse. uma grande pena.
gostaria de nos desculpar com todos que compareceram por esse contratempo, até porque não tivemos culpa nessa parada.
além disso, queria parabenizar o xande, nosso guru gente fina e assessor de imprensa, pelo trabalho de divulgação realizado. chamadas a respeito do evento saíram em vários jornais.
houve um problema no extra, apesar do destaque que nos foi dado, pois as notícias sobre os djangos foram publicadas com alguns erros.
o "raiva contra oba oba" é um disco da década de 90, portanto, não iríamos lançá-lo ontem. pô, é brincadeira isso, né???
começamos como uma banda influenciada pelos anos 80 sim. mas isso foi em 1990. hoje, a gente quer inventar moda. somos uma banda do futuro, aquele que sempre chega de repente. a gente respeita a galera que faz seu trabalho calcado nos anos 80, mas essa não é nossa praia.
e "eu quero voltar pra bahia" é uma música do paulo diniz e não do gilberto gil.
tenho dito.

23.4.05

na mira

vocês sabem que eu detesto histeria, não sabem??? pois é, mas há momentos em que você engole seu próprio veneno.
madrugada do dia de são jorge. sempre vi que isso é comemorado com bastante fogos. na concrete jungle, filial cidade de deus, além dos fogos de artifício, o que escutamos o tempo todo foram disparos de fuzis e automáticas. viva são jorge. pec! pec!
por volta das quatro e meia, acordo com a bexiga reclamando e vou atender a mais esse chamado da natureza. feito o descarrego, volto para o quarto. para o meu espanto há uma luz verde cintilante, que nem um neon sambando na parede da salinha. na hora não pensei duas vezes: é uma mira laser.
puta que pariu!
me joguei no chão, enquanto já comecei a me indignar com aquela brincadeira do tráfico. pô, mira laser na casa dos outros. será que é a pf? a pm? a cia? a interpol?
o que me deixava apreensivo era que alguém saísse do quarto sem saber o que acontecia e se transformasse em mais uma vítima da violência.
e a luz verde continuava na parede. posso, então, contemplá-la. que linda!
ela vem se aproximando e se afastando da parede. e aí, eu acho estranho. peraí!!!!
apaga num pisca-pisca e reparo que existe algo agarrado nela. alguma coisa parecida com um inseto.
é isso mesmo gente. é o que vocês deduziram: era um puto de um pirilampo. talvez estivesse rindo da minha cara.
destesto gente histérica.

6.4.05

esse é o fim do mundo, como conhecemos e eu não me sinto bem!!

na última edição da revista trip, essa em que há uma entrevista com o "não-hipócrita" athayde patrese, também há uma reportagem sobre o agora inevitável fim do mundo.
é um negócio de assustar qualquer pessoa que não ande pela rua do ouvidor, centro do rio, ao meio-dia.
ao mencionar que daqui a algumas décadas o mundo a ser herdado por nossos
filhos será algo parecido com o planeta marte do vingador do futuro, aquele
filme com o governador da califórnia, faz florescer um tremendo sentimento
de culpa. culpa por algo que já está acontecendo, a destruição gradual desse
planeta - com a nossa conivência, e por algo que ainda não aconteceu: jogar
justo nesse habitat seus próprios filhos, os que já nasceram, os que estão vindo e os desejados.
o elenco de tragédias é responsa: aumento do calor, falta de água potável,
engarrafamentos, bilhões de pessoas em favelas, enfim, o bicho pegando
geral. bem, muito disso não é novidade. mas tudo exacerbado. e olha que nosso habitat e a comida não vão se multiplicar na mesma proporção!
talvez a preocupação em colocar herdeiros num mundo tão hostil não seja
exclusiva dos nossos tempos. imagine se uma escrava judia no egito dos
faraós não pensava nisso. ou um gladiador na roma antiga. um europeu em
plena segunda guerra. ou um negro do mississipi fugindo da kkk, na década de
60. um adolescente roqueiro no brasil da década de 90, em plena ascensão da
lambada! e aí???
já vi uma vez o herbert vianna, que tem três filhos, declarando que o fato
de tê-los significa esperança no mundo. um contraponto otimista ao tom da
matéria da trip. e ele com certeza não está só. minha irmã, por exemplo,
caso raro na fauna ao alcance dos meus olhos, é mãe do pepê, de cinco anos,
e espera miguel para maio desse ano. após o parto não haverá cirurgia de
laqueadura. ela quer mais um. ou mais uma. esperança em dias melhores nesse
caso é automática. ou então, um simples exemplo da famosa brincadeira da
batata quente.
bernardo e manuela, meus rebentos, um dia estarão aí, guerreiros suburbanos.
tomara que gostem de reggae.

2.4.05

piratão! piratão!

sou fã desses malucos!
"peraí, de quem??"
pô, do quinto andar.
desde quando eu vi o clipe ("eu rimo na direita/ eu rimo na esquerda") que foi produzido pelo apavoramento sound system, pirei. invejo muito o raciocínio rápido dos caras.
esse disco, "piratão", que saiu pela outra coisa, a famosa revista do lobão, é a maior viagem.
o humor (os caras não são engraçadinhos! atenção!) que rolava nas gravações anteriores, como a sensacional " a lenda", ficou em segundo plano. reparei que eles estão mais politizados, ou pelo menos deixaram isso passar mais nas letras. rolam várias referências ao estilo de vida atual, em que trabalho formal e escravidão são basicamente a mesma coisa. mas não pense em clichê nessa crítica social. os caras estão longe de ser sisudos ou marrentos. fazem o estilo largado, propalado pelo próprio de leve, um dos rappers responsáveis pelas "rimas".
gostei muito da produção dos próprios caras e do bruno, que tocava no enzzo, banda antiga que cruzava ska com outros ritmos, lá de niterói (ê, terra boa).
lembro que há dois anos, eu cheguei a visitar o bruno no seu estúdio, o famoso tomba, que fica no pé pequeno, bairro cheio de casarões lá em niterói. naquela época, os djangos estavam gravando essas músicas mais novas e eu pensei em gravar uma participação do black alien, que eu encontrei na fila da ubc, lá com o bruno. infelizmente, essa participação acabou não rolando. rolou a idéia de fazer alguma coisa com o de leve, mas para não ficar aquela coisa de "não tem black alien mas tem o deleve", foi melhor não ter feito nada, já que eu respeito pra cacete os dois. o bruno ainda me arrumou uma cópia do fruit loops - que me rende umas brincadeiras boas até hoje, enquanto ele copiava o disco mais novo do mundo livre s/a que tinha acabado de sair e eu acabara de comprar.
é isso aí!
com vocês: quinto andar

perfil

o roqueiro tem que ser magro. assim que nem o peter do nabuco on the roxy. eu promulgo.
na época em que lançamos "raiva contra oba oba" (1998), consegui perder quase 10 quilos, à base de corrida e uma dieta auto-prescrita, que consistia em macarrão, peito de frango e legumes.
foi fácil demais. em pouco tempo todos repararam. para se ter uma idéia, no bingo da edgard werneck, o que mais se escutava era "ele está mais bonito!" ou "ele é um tipão", e daí pra cima.
pois é! o mundo dá voltas. depois de um longo tempo de inércia e farra gastronômica chula, explodi nos 94 quilos. recorde! recorde!
e aí meus planos de ficar parecido com o bobby gillespie, do primal scream foram adiados mais uma vez, por motivos endocrinológicos.
por enquanto, com minha papada e minhas bochechas moles tô aí mais para nasi, do ira!, no tempo das drogas, ou o meat loaf, cachorro buldogue e tem mais: tá difícil dar uns saltos tipo gene simmons no palco, hein???
mas aviso pra geral: eu ainda sou gente fina.